13 de abr. de 2010

Clichês do telejornalismo nacional


Eu não sei como são os dos outros países, mas os jornais brasileiros são em sua maioria fracos. Criam ilusão de estar informando quando na verdade só estão repetindo a mesma notícia dezenas de vezes. Algumas vezes tenho até a impressão de que eles reprisam algumas reportagens como se fossem novas. Mas a verdade é que estes telejornais são lotados de fórmulas e clichês. Como explicar então que em toda reportagem sejam feitas as mesmas perguntas? A prova vai abaixo:

O material ficou muito caro?
Todo começo de ano os jornais fazem uma reportagem sobre a volta às aulas. Bem que alguém poderia responder: "Imagina! Eu adoro gastar com 1.000 folhas de papel vegetal". 

Faz tempo que você está aí?
Se perguntada na fila do INSS, que tal responder: "Que nada, engrandece a alma ficar 12 horas em pé.

Pararam todas as máquinas?
Numa greve a resposta sincera seria: "Claro que não. A pipoqueira está funcionando a toda.

Ficou assustada com o tiroteio?
Que nada. Dá a maior adrenalina tentar desviar dos tiros.

Está feliz com os resultados?
Esse é um dos que mais me dá raiva. O cara fica anos acordando cedo pra treinar e quando ganha um ouro olímpico fazem uma pergunta dessas. Se fosse eu diria: Não, estou revoltado. Eu treinava mesmo era pra ficar em último.

O que a senhora vai fazer?
Os jornais sempre curtem explorar o sofrimento alheio. Recentemente está acontecendo isso com as chuvas do Rio de Janeiro. O que eles querem que a pessoa responda, com a água até os joelhos responda? "Vou deixar este novo tom marrom nas paredes"?

Depois alguém me pergunta porque não assisto jornal. 

Um comentário:

  1. Sem contar aquela pergunta que fazem para os desabrigados do morro por causa da enchente:
    Você não sabia que era perigoso morar ai? Como se a pessoa tivesse escolha. Até teria mas a outra escolha era debaixo da ponte e lá alagou também.

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