9 de fev. de 2010

Novelas: pouca inspiração e duas doses de clichês


Não é preciso ser nenhum gênio pra saber que existe muito programa ruim na TV aberta. Big Brother, A Fazenda e Zorra Total são ícones do que existe de pior nos maiores canais do Brasil, Globo e Record. Mas também há as superestimadas novelas. Descendentes dos romances de folhetim, que faziam a alegria das senhoras no século XVIII, e que já tinham regras fixas, como final feliz, personagens principais perfeitos e o vilão terrível; e das novelas de rádio; as novelas de televisão se apossaram desses clichês, mas perderam a força da prosa dos grandes escritores, estes mesmos já cansados da forma rígida do Romantismo e já ensaiavam a nova escola literária que teria início no Brasil com Memórias de um Sargento de Milícias, o Realismo. O que sobrou então foram as tramas que já nascem cheirando a mofo, com finais que já se adivinham desde o primeiro capítulo, os principais vão terminar junto, quem está namorando vai se casar, e quem estiver casado vai ter um filho. O vilão morre ou vai pra cadeia. Acertei?
Mas aí eu me pergunto com os meus botões: então como podem as novelas não perderem audiência se não se esforçam nem um pouco em inovar nessa área, continuando com as mesmas histórias dignas dos meus maiores bocejos? A resposta, claro, está no público. Um grupo de telespectadores que se contentam com a baixa qualidade das novelas. De tanto assisti-las seus cérebros se condicionam para aceitá-las. É a mesma batalha cada vez que uma novela começa. Na primeira semana só se vê as pessoas comentando o quanto a nova novela é ruim. Na outra você não pode nem abrir a boca em casa porque a sua mãe não pode perder uma fala sequer. Depois você ainda vai ver gente comprando a revista pra saber o que vai acontecer com antecedência e o ator que interpreta o vilão na história explicando como quase foi linchado por pessoas que ficarão raivosas com seus atos nos últimos capítulos.
Tem uma coisa também que me deixa nervoso. Já cansei de ligar a TV e me deparar com plágios absurdos nas novelas, inclusive nas da Globo. Só para ficar em um exemplo, em Beijo do Vampiro, de 2002, havia um anel do poder pertencente ao Conde Dracula, que dominava os humanos que o possuíam. Deixe-me ver... Onde eu vi uma história parecida? Senhor dos Anéis!  Ta, tudo bem que é complicado escrever uma história por mais de seis meses, mas que plágio porco é esse? Também tem o caso das novelas da Record. Mutantes= X-Men do Paraguai, ou da China, sei lá. Poder Paralelo (que raio de nome é esse?) = O Poderoso Chefão tupiniquim. Mais deprimente que isso só os remakes do SBT.
Sinceramente, não creio que um dia as novelas acabarão e menos ainda que dêem um salto qualitativo algum dia. Aos pobres como eu, com televisões de cinco polegadas e que precisam arrumar a antena pro canal pegar sem chuvisco, só resta buscar novas opções. Que horas começa a sessão de filmes picotados na Globo mesmo?

Um comentário:

  1. Eu odeio novelas!
    Por mim elas acabariam já!

    Mas sei que isso não irá contecer nunca.Por causa da sua mãe, da minha mãe, da minha avó, da minha irmã e etc.

    A única novela que me chamou a atenção foi o Poder Paralelo, mas logo vi que era a mesma porcaria, o mesmo estilo de merda de todas as novelas!

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